Um ponto de convergência para tendências e contrapontos artísticos, um fragmento temporal para a reflexão crítica, uma conectividade continental e uma dinâmica expográfica, fundem-se no momento que se encerra, ao vivo, o projeto de arte contemporânea Linha Liquida . Liquid Line . Línea Liquida. Contraditoriamente, inaugurar a exposição significa que a última etapa tem início, e começo e fim tornam-se equivalentes.
Nesta etapa, que conta com a presença e atuação dos artistas, do público e da curadoria, os resultados finais dependem essencialmente da práxis do intercâmbio e integração, desenhando o conteúdo fluído e dinâmico que permeia as bases das premissas curatoriais. Linha Líquida é a continuidade e aprofundamento de um programa de pesquisa, mapeamento e intercâmbios na arte contemporânea e reúne 35 artistas de oito países.
O exercício e a prática curatorial na arte contemporânea deve encontrar uma "hipotética" e efêmera unidade estético-conceitual para atingir sua historicidade, ou seja, se auto-impor num contexto ainda duvidoso. Por outro lado, a rigidez conceitual clama pela transgressão, pelo acaso, por uma ruptura e, no contemporâneo, a verticalidade conceitual deve se basear na fluidez horizontal das relações da sociedade técnico-informacional.
Zygmunt Bauman comenta (em fala no seminário Stopping the Process . 1997): “... scapegoat, …the curator is in the front line of a big battle of meaning under conditions of uncertainty.”. Bauman avança, e o desafio é buscar identidade mesmo que imerso na transitoriedade. Na fusão das estruturas e valores sociais arcaicos, com a dinâmica temporal da vida contemporânea, os referenciais ou pilares morais das sociedades se deslocam, flutuam, escorrem... Liquefazem-se. O norte está em tudo e em lugar algum...
A partir das reflexões e metáforas de Bauman, a curadoria convidou artistas que se apropriam de elementos líquidos em suas produções, enquanto se propõem conceitualmente a trabalharem nos limites e fragilidades da sociedade contemporânea. Os artistas estão na linha líquida, na fronteira entre a tradição e a contradição. Nesta superfície tênue/tensa entre a poesia e política, docilidade e transgressão, crudez matérica e refino estético, cada artista captura um instante efêmero (às vezes intocável, ou proibido) do tempo, e contraditoriamente o revela, o analisa e o compartilha, fixando-o ao espaço.
Submersos neste contexto incerto, o conjunto dos artistas produz um novo vetor – expandindo as mensagens poéticas, crítico-reflexivas e de sustentabilidade – e atravessam o significado da identidade individual e coletiva ao tocarem profundezas ainda pouco desvendadas, ou investigadas, de nossos tempos.
Nicholas Petrus é curador e artista visual.
Nesta etapa, que conta com a presença e atuação dos artistas, do público e da curadoria, os resultados finais dependem essencialmente da práxis do intercâmbio e integração, desenhando o conteúdo fluído e dinâmico que permeia as bases das premissas curatoriais. Linha Líquida é a continuidade e aprofundamento de um programa de pesquisa, mapeamento e intercâmbios na arte contemporânea e reúne 35 artistas de oito países.
O exercício e a prática curatorial na arte contemporânea deve encontrar uma "hipotética" e efêmera unidade estético-conceitual para atingir sua historicidade, ou seja, se auto-impor num contexto ainda duvidoso. Por outro lado, a rigidez conceitual clama pela transgressão, pelo acaso, por uma ruptura e, no contemporâneo, a verticalidade conceitual deve se basear na fluidez horizontal das relações da sociedade técnico-informacional.
Zygmunt Bauman comenta (em fala no seminário Stopping the Process . 1997): “... scapegoat, …the curator is in the front line of a big battle of meaning under conditions of uncertainty.”. Bauman avança, e o desafio é buscar identidade mesmo que imerso na transitoriedade. Na fusão das estruturas e valores sociais arcaicos, com a dinâmica temporal da vida contemporânea, os referenciais ou pilares morais das sociedades se deslocam, flutuam, escorrem... Liquefazem-se. O norte está em tudo e em lugar algum...
A partir das reflexões e metáforas de Bauman, a curadoria convidou artistas que se apropriam de elementos líquidos em suas produções, enquanto se propõem conceitualmente a trabalharem nos limites e fragilidades da sociedade contemporânea. Os artistas estão na linha líquida, na fronteira entre a tradição e a contradição. Nesta superfície tênue/tensa entre a poesia e política, docilidade e transgressão, crudez matérica e refino estético, cada artista captura um instante efêmero (às vezes intocável, ou proibido) do tempo, e contraditoriamente o revela, o analisa e o compartilha, fixando-o ao espaço.
Submersos neste contexto incerto, o conjunto dos artistas produz um novo vetor – expandindo as mensagens poéticas, crítico-reflexivas e de sustentabilidade – e atravessam o significado da identidade individual e coletiva ao tocarem profundezas ainda pouco desvendadas, ou investigadas, de nossos tempos.
Nicholas Petrus é curador e artista visual.
1 comment:
POXA VIDAAAAAA!
Tenho um trabalho otimo sobre isso...deveria estar nessa exposição pô!
http://marinamedici.carbonmade.com/projects/2137459#5
bah!
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